NASA captura gigante vermelha sendo completamente rasgada por enorme buraco negro
- Sáb, 05 de Maio de 2012 19:05
- Audenize Engracia
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Os buracos negros superpoderosos espreitam no centro de quase todas as
galáxias, com massa bilhões de vezes a do nosso Sol – e a NASA acaba de
avistar uma espécie de alimentação desses buracos negros.
Uma estrela gigante que vagou muito próxima do centro de uma galáxia a
2,7 bilhões de anos-luz de distância foi puxada pela enorme gravidade
do buraco negro – desfiando-a. É a primeira vez que um observatório
capta uma estrela conhecida sendo rasgada dessa forma.
Os buracos negros superpoderosos, pesando milhões e até bilhões de
vezes mais que o Sol, se escondem nos centros da maioria das galáxias.
Esses monstros pesados ficam em silêncio até que uma vítima inocente,
tal como uma estrela, passeie perto o suficiente para ser rasgada por
sua poderosa gravidade.
Usando vários telescópios terrestres espaciais, uma equipe de astrônomos liderada por Suvi Gezari da Johns Hopkins University, identificou a vítima como uma estrela rica em gás hélio.
“Quando
a estrela é dilacerada pela força da gravidade do buraco negro, uma
parte dos restos da estrela cai no buraco, enquanto o reto é ejetado a
altas velocidades”, disse Gezari. “Estamos vendo o brilho de um
gás estelar cair no buraco negro ao longo do tempo. Também estamos
testemunhando a assinatura espectral do gás ejetado, o que achamos ser
principalmente gás hélio”.
“É
como se estivéssemos recolhendo evidências da cena de um crime. Como há
muito pouco hidrogênio e hélio na maior parte do gás, nós detectamos
que a estrela destruída tinha que ter tido um núcleo rico em hélio de
uma estrela despojada.”
Essa observação dá preparações sobre o ambiente
hostil em torno de buracos negros e os tipos de estrelas que
circulavam ao seu redor. Não é a primeira vez que isto ocorre com uma
estrela.
A equipe acredita que o envelope da estrela cheio de hidrogênio que
envolve o núcleo foi sugado há muito tempo pelo mesmo buraco negro.
Depois de consumir mais hidrogênio que possuía, a estrela provavelmente
inflou, aumentando seu tamanho, tornando-se uma gigante vermelha.
Os astrônomos acreditam que a estrela inchada em torno do buraco negro
tem órbita altamente elíptica, semelhante à órbita alongada de um
cometa em torno do Sol. Em uma de suas aproximações, a estrela foi
despojada de sua ‘atmosfera’ inchada pela poderosa força da gravidade do buraco negro.

Estas
imagens, capturadas com o Galaxy Evolution Explorer, da NASA e do
telescópio Pan-STARRS1 no Havaí, mostram um brilho dentro de uma galáxia
causado pelo reflexo de seu núcleo. A seta em cada imagem aponta para a
galáxia. O ‘crescimento’ de brilho é uma assinatura da trituração (pelo
buraco negro) de uma estrela que vagou muito próxima à galáxia central.
Foto: Reprodução/NASA
Para encontrar este evento, a equipe de Gezari acompanhou centenas de milhares de galáxias em luz ultravioleta do Galaxy Evolution Explorer,
e em luz visível com o Pan-STARR1 e Pan-STARRS. O Telescópio de
Pesquisa Panorâmica e Sistema de Resposta Rápida varre o céu por toda a
noite para encontrar indícios de notícias como essa.
A equipe estava à procura de um surto brilhante na luz ultravioleta, a
partir núcleo de uma galáxia com um buraco negro anteriormente
adormecido. Ambos os telescópios avistaram uma em junho de 2012.
Astrônomos continuam a acompanhar como o surto chegou a um brilho
máximo em um mês e depois lentamente desapareceu durante os 12 meses
seguintes.
O eventual brilho era semelhante à energia explosiva desencadeada por
uma estrela supernova, mas o aumento do pico era muito mais lento.
“Quanto
mais tempo o evento durava, mais animados ficávamos, porque percebemos
que aquilo ou era uma estrela bastante nova muito incomum ou um tipo
totalmente diferente de evento, como uma estrela que está sendo rasgada
por um buraco negro”, disse o membro da equipe Armin Resto do Space Telescope Science Institute em Baltimore.
Ao medir o aumento do brilho, os astrônomos calcularam a massa do
buraco negro como sendo vários milhões de sóis, o que é comparável ao
tamanho do buraco negro da nossa Via Láctea.
Observações espectroscópicas com o medidor Multiple Meter Telescope Observatory
localizado no Arizona, mostrou que o buraco negro estava engolindo
muito hélio. Espectroscopia divide a luz em cores do arco-íris, que
apontam características de um objeto, como sua temperatura e composição
gasosa.
Para excluir totalmente a possibilidade de um núcleo ativo queimar-se
na galáxia, a equipe usou o Chandra X-ray Observatory para estudar o
gás quente. Chandra mostrou que as características do gás não coincidem
com as do núcleo ativo galáctico.
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